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As primeiras informações que Maitreya recebeu sobre a sua Missão foram dadas na preparação da sua quarta iniciação -também conhecida como “crucificação espiritual”-, que atravessou sob a idade adequada de 29 anos -ou sob a chamada “Revolução de Saturno”. E mais exatamente, visando preparar o futuro Buda para esta grave provação que se anunciava em seu destino como Instrutor do Mundo.
A solene comunicação da sua Missão foi realizada pelos próprios exaltados Padrinhos espirituais de Maitreya, através de seu aparecimento diretamente junto a ele, numa espécie de reunião informal em local especialmente preparado. O episódio é equivalente em certo sentido, ao da Transfiguração de Jesus no alto do Monte Tabor, onde Moisés e Elias também aparecem para Jesus.
Havia a necessidade de informar Maitreya naquela altura sobre questões acerca do seu remoto passado espiritual e de conscientizá-lo das suas outras Missões anteriores. A aceitação destas revelações era crucial para o sucesso da Missão, e mesmo para a superação das elevadas provações em curso; acreditava-se pois que esta manifestação direta dos Mestres pudesse ajudar no devido entendimento das coisas.
Quais as implicações deste comunicado? Porque isto deveria ser realizado nesta altura? Como Maitreya foi preparado para chegar até este momento e qual foi a sua primeira reação às grandes revelações que receberá então? Tudo isto será respondido neste Capítulo, onde trataremos de um momento crucial na trajetória do futuro Buda, quando adquire consciência da sua missão, de quem ele foi no passado e de quem deverá se tornar doravante.
A epifania da transfiguração de Maitreya com a manifestação dos Mestres na preparação de sua quarta iniciação, seria portanto apenas o corolário de uma longa assistência pessoal recebida, e que apenas foi crescendo no testemunho de uma jornada espiritual bem sucedida.
1. O Despertar
Maitreya já vinha sendo observado pelas Hierarquias há muito tempo. De uma forma sutil os Mestres foram conduzindo Maitreya desde a sua infância, inclusive através de experiências místicas definidas como viagens astrais, prenúncios de vocação religiosa e outras. Algumas vezes foi preciso até intervir mais drasticamente em momentos em que a imprudência da juventude se sobrepôs à voz da razão colocando-lhe a vida em risco.
Depois do seu grande despertar espiritual em Cristo -já que a sua manifestação foi ocidental como previsto-, na aurora da vida adulta, Maitreya decide abandonar uma vida materialmente promissora para dedicar-se exclusivamente à espiritualidade, semelhantemente ao que acontecera com São Francisco de Assis. A partir de então os Mestres começaram a outorgar comandos definidos para orientar os caminhos de Maitreya. Uma breve sentença recebida logo no começo dos seus primeiros estudos espirituais lhe serviria como pensamento-semente por muitos anos, e assim rezava:
“O mundo precisa de Mestres.”
Tal pensamento ajudou Maitreya a tornar-se receptivo à ideia dos Mestres, servindo também de ideia subliminar para estimular os passos do jovem Maitreya pelos caminhos da responsabilidade e do serviço à humanidade.
Com a chegada do seu discipulado Maitreya passa a conhecer intimamente então os ensinamentos dos seus Mentores pessoais. Neste momento Maitreya recebe então um Decreto que auxiliaria a sua Alma a amadurecer para a vida do serviço. Maitreya chamou a esta sentença de “Palavras de Pórtico”, tal aforismo que assim rezava:
“Minha saudação é apenas uma: trabalho.
Em nada sou diferente do meu irmão.
E se alguém disser que tenho o meu caminho,
Responderei que então ainda não o encontrei;
Pois um caminho que seja apenas meu
de pouco me serviria”.
E é desta forma que a partir de então Maitreya se apresentaria ao mundo, senão formalmente ao menos através dos seus dedicados serviços à humanidade, afirmando assim pontualmente a sua determinação de servir e de auxiliar a todos.
E apesar do seu despertar cristão, as suas antigas raízes orientais tampouco tardariam a se manifestar, passando Maitreya a buscar em seguida o conhecimento dos Yogas e o caminho de Ashrams ou monastérios.
Entregou-se então assiduamente às suas práticas e não tardou em começar a realizar os yogas mais avançados, logo vindo a descobrir também escolas que ensinavam estes conhecimentos a fim de desenvolvê-los devidamente. Com isto teve o seu discipulado e logo galgou a iniciação solar com laurel, considerando que apenas os maiores entusiastas do yoga é que alcançam tal gradação.
A partir daí Maitreya estava preparado também para se provado nas Iniciações Maiores, aquelas que somente os Mestres alcançam consumar. Antes disto recebeu porém a oportunidade de realizar a sua Decisão -como é de praxe nos caminhos espirituais-, que na prática significa optar entre seguir evoluindo ou dedicar-se a ensinar os importantes conhecimentos já adquiridos.
2. A Decisão
É considerado normal que, após anos de intensa dedicação, solidão e ascese, o iniciado deseje reverter as suas conquistas para a sociedade, para ser capaz de abarcar assim maiores círculos de influências. É como descer pois a Montanha da Iniciação para entregar ao mundo os conhecimentos adquiridos, visando beneficiar a outros mais.
O impacto da energia de um verdadeiro Iniciado é sempre poderoso, pois um Iniciado é como uma usina de vigor e de energias em geral, produzindo fascínio e encantamento -mesmo não sendo ainda um grande iluminado.
Na prática, o Iniciado estará fazendo a escolha de como investir o grande capital que acumulou em termos de saúde, vigor, inteligência, carisma e conhecimentos: optar entre uma vida horizontal de prestígio e poder, ou uma vida vertical de renúncias e sacrifícios -uma decisão que em alguns casos também pode representar optar entre a Loja Branca e a Loja Negra, ainda que muitos prefiram permanecer numa espécie de zona de umbral e desbordar para caminhos cinzentos, criando organizações de sabedoria também mediana.
Maitreya compreendeu então perfeitamente o grande futuro que poderia ter nas Ciências Ocultas. Anos antes já havia angariado grande sucesso como astrólogo, e agora mesmo era reconhecido como um hábil instrutor de Yogas avançados. Possuía forte intimidade com as Artes Secretas, em termos de ritos e de saberes. Recebera iniciações e estivera longamente nos monastérios. Até mesmo o apoio da família possuía àquela altura na falta de melhor coisa para ela apoiar. Para completar, gozava de uma boa oratória e poder de convencimento.
Não deve surpreender que esta Iniciação também tenha uma forte vocação política, uma vez que representa a própria essência espiritual da casta kshatrya ou dos guerreiros. Com efeito a própria fundação das Antigas Civilizações estaria atrelada à ação de lideranças sociais espiritualizadas. De modo que riqueza, poder e fama anunciavam-se pacificamente nos seus horizontes por estas vias e outras tantas que Maitreya poderia vislumbrar, como grande mago e cabalista que também era.
Maitreya também poderia ter retornado aos estudos formais nesta altura, uma vez que já havia basicamente se fortalecido interiormente para poder enfrentar melhor o mundo e nele contribuir. Seria uma forma de se preparar para exercer a sua condição de Vanaprastha ou instrutor que lhe tocava nesta altura. O mundo seria presenteado assim com um professor que havia realizado uma dupla formação - Ocidental e Oriental. Com isto ele não estaria fazendo nada mais do que seguir a lei hermética de “subir ao céu e descer à terra” para obter a verdadeira libertação.
Não obstante ele ainda não desejava colher os louros de suas conquistas porque o espírito de renúncia e de sacrifício sempre fora muito pronunciado nele. Pois é isto que faria dele no final das contas o verdadeiro Maitreya, ao invés de ser apenas mais um professor mediano por mais especial que fosse.
Maitreya poderia ter sido portanto uma pessoa bem-sucedida mesmo em caminhos próprios, meramente empregando o seu carisma e inteligência acima da média, exatamente como no ditado “em terra de cego quem tem um olho é rei.” Mas neste caso não estaríamos falando de Maitreya, e sim da pessoa que depois cederia o seu veículo para este Ser divino, com suas próprias virtudes e limitações.
Eis que uma “loucura divina” movia porém Maitreya a desejar avançar sempre adiante na espiritualidade. De modo que não hesitou em rejeitar algum exótico mundo de sucesso, assim que deparou-se com um pedido da Hierarquia em suspender o trabalho com a astrologia até que as coisas da Nova Era estivessem mais solidamente estabelecidas. Novamente não se tratava pois de iniciativa tomada por voluntarismo ou por pretensão, mas em obediência a uma sugestão existente nos Ensinamentos dos Mestres pelos quais Maitreya vinha se orientando no período. Todos os grandes passos que Maitreya deu em sua senda espiritual até a sua iluminação foram sempre seguindo os comandos dos seus Mestres, seja diretamente ou através dos Ensinamentos veiculados por amanuenses.
Após esta rara Decisão, Maitreya foi conduzido até um Ashram ligado às Hierarquias para receber as bênçãos do Rei do Mundo, O qual lhe apareceu então para saudar os seus avanços, especialmente agora que consolidados por sua renúncia ao poder, considerado em muitos meios como o maior dos desafios da vida do Iniciado espiritual.
3. A Cruz Espiritual
Desta forma Maitreya foi aos poucos sendo preparado para enfrentar desafios ainda maiores. As pessoas certas foram então colocadas em contato com ele para que pudesse conhecer a perfeição na vida, permitindo começar a despertar aquele centro ao qual ele estava destinado a ativar agora que é o do coração, pelo qual também se alcança a verdadeira iluminação -considerando então que em muitos casos a essência desta iniciação é aquela do sacrifício, a um grau máximo e irreversível, para que o iniciado venha a encarar o próprio Umbral da Morte...
Havia pois toda uma expectativa especial nos mundos espirituais quanto à forma como Maitreya enfrentaria esta difícil iniciação, a qual inclui também aquilo que se pode chamar literalmente como “a descida aos infernos”. Podemos ter uma noção da dramaticidade deste quadro quando sabemos que, como regra -e tal como os budistas sempre lembram-, os Arhats que atravessam este degrau invariavelmente morrem durante as suas provações. Sobreviver a isto já representa uma vitória maior, e conduz à condição de Adepto com toda a sua gloriosa clarividência.
E assim, Maitreya foi inicialmente deixado inteiramente a sós para confrontar frente a frente aquilo que se poderia sem grandes dificuldades classificar como a própria manifestação do Diabo, com sua quase interminável capacidade de exercer o mal através de poderes malignos. A Maitreya seria determinado agora conhecer intimamente os poderes dos infernos, assombrando-se com sua força e capacidade de fazer o mal gratuitamente apenas por fazer.
Com isto Maitreya começou a padecer intensamente e alguns problemas latentes que tinha eclodiram desencadeando uma grande cadeia de enfermidades. Maitreya viu-se assim em pouco tempo mortalmente prostrado. Pouparemos porém o leitor de maiores detalhes a respeito dos imensos padecimentos que Maitreya sofreu nesta fase de sua vida. Os próprios familiares não suportavam observar à distância as continuadas austeridades de Maitreya para suportar e eventualmente superar a todas estas provações.
Neste curso os sinais de Shambhala começaram a ser-lhe mostrados como consolo e anunciação: intensos perfumes de rosa e sinos maravilhosos -tal como a Dakini Uruswati previra poder acontecer. A esta altura um iniciado comum já teria desfalecido. Porém Maitreya sempre encontrava alguma forma engenhosa para acessar energias e sobreviver.
Num momento máximo de penúria energética por causa das enfermidades acumuladas e dos tormentos que o assolavam, Maitreya entendeu que poderia absorver alguma energia diretamente da multidão anonimamente. Esta situação restabeleceu em Maitreya um forte sentimento de pertença à humanidade, tal como grande humildade e identificação com todos, coisa esta que apenas se fortaleceria após a sua iluminação.
A fim de encerrar esta agonia sem sentido, Maitreya passou a ser recebido nos centros especiais de curas dos Ashrams internos dos Mestres, onde estão acumulados milênios de experiências com excelsas ciências de cura espiritual. Estas experiências seriam capitais para Maitreya adquirir um novo ânimo.
Até que finalmente os Mestres Morya e Kuthumi decidem se manifestar a Maitreya para lhe revelar a verdadeira natureza da sua Missão e informar sobre o seu passado. Maitreya possuía já a mais completa intimidade com o espírito e as ideias desses Mestres, através das sibilas que eles prepararam para transmitir os luminosos ensinamentos que sedimentaram o seu Plano de preparação da Humanidade para a Nova Era. Reciprocamente, os Mestres também nutriam por Maitreya a mais profunda admiração, porque ele havia sido afinal de contas o estudante que havia alcançado o melhor aproveitamento de todas essas elevadas instruções.
A presença destes Mestres foi anunciada pelas profecias hindus como dois reis trazidos por Kalki, da mesma forma como o Apocalipse 6:12 fala da chegada dos Reis do Oriente no final dos tempos. Diz o Kalki Purana sobre a vinda do Avatar:
“Nascerei na mansão de Shambala. Tornarei a colocar Maru e Devapi sobre a Terra. Criarei Satya Yuga e, depois de ter destruído a serpente Kali, voltarei para a minha própria morada.”
Tais nomes, Maru e Devapi, estão associados a dinastias sagradas da Índia, Dharmarajas ou Reis-de-Dharma. Maru se relaciona aos Mauryas, cujos imperadores tornaram-se monges e religiosos. Devapi é um nome também sacerdotal que significa “amigo dos deuses", conhecido como um príncipe védico que abdicou do trono em favor de seu irmão, passando a atuar como sacerdote do rei. Tal como as linhagens tibetanas de Reis Kalkin de Shambhala inspiradas nos mitos do Kalki Avatar também foram da mesma forma Dharmarajas. Representam pois as forças duais do Sacerdócio e da Realeza, que juntos integram a sagrada Sinarquia como essência do Governo Espiritual do Mundo.
Tampouco precisamos insistir que o conceito de Reis Magos da tradição cristã -cujo número é apenas estimado- respira os mesmos ares dialéticos; existe uma versão esotérica segundo a qual o contexto dos Reis Magos refere-se na verdade à Iluminação de Jesus simbolizada pela Estrela de Belém, aproximando-se assim do episódio da transfiguração.
4. A Revelação
Como vimos os Mestres do Iniciado o amparam e orientam desde os seus primeiros dias, em função dos elos cármicos existentes entre eles. Sua influência naturalmente torna-se mais clara e direta à medida em que o aspirante passa a viver as suas iniciações. No contexto das iniciações preparatórias para a iluminação, a certa altura os dois principais Mestres reúnem-se ao Iniciado para gerar as energias necessárias para a Iniciação. A Terceira Iniciação -simbolizada pela Montanha da Transfiguração- é a mais difícil -em termos de esforços criadores- em função de seu elevado tônus energético. Por isto estes Mestres passam a triangulizar com o aspirante as energias a fim de produzir o tônus necessário e assim ele alcançar a sua verdadeira Iniciação, que é uma situação que o coloca em definitivo num novo patamar vibratório.
Muito raramente algum iniciado alcança este nível de energias. No entanto, esta etapa é crucial para preparar o aspirante para a verdadeira iluminação, que é a quarta iniciação ou a cruz espiritual glorificadora, uma provação verdadeiramente transcendental com subida de kundalini e que demanda uma excelente preparação.
A ideia dos Dois Mentores está presente em diversas tradições, a crer por exemplo em Carlos Castaneda onde informa da necessidade de haver um mentor para o mundo exterior e outro para o mundo interior. No Apocalipse temos a menção às Duas Testemunhas, porém isto já se refere na verdade às porta-vozes destes Mestres na forma de exaltadas pitonisas amanuenses. -e que no caso são Uruswati e Hamsini, para empregar os seus nomes iniciáticos.
Na história de Maitreya tudo isto está colocado como os trabalhos do Mestre da Alma e o Mestre do Espírito. O Mestre da Personalidade que os antecede, corresponde a certo Mestre que Maitreya também conheceu no contexto dos ashrams físicos onde viveu. Porém, agora se trata antes dos ashrams sutis e de iniciações mais avançadas. Neste nível os contatos se dão apenas através dos próprios poderes internos desenvolvidos do Iniciado.
Morya era o Mestre das Profundezas que trazia o Ensinamento do Coração Iluminado; através dele Maitreya desenvolvera a sua Alma e sedimentara o seu discipulado. Kuthumi por sua vez era o Mestre das Amplitudes que trazia o Ensinamento da Mente Iluminada; através dele Maitreya desenvolvera o seu Espírito e sedimentara a sua transfiguração.
Acontece então que Maitreya havia colocado bases muito sólidas para poder aproveitar o melhor destes refinados ensinamentos. Muitos têm estudado estes saberes sem penetrar em suas verdadeiras profundezas. O diferencial da vocação de Maitreya é que havia colocado bases tradicionais em sua jornada, a partir do seu chamamento interior em Cristo e depois pelos anos de intensos treinamentos em ashrams ou monastérios.
Resulta uma realidade bem conhecida das escolas iniciáticas, que muitos aspirantes não conseguem aproveitar os ensinamentos mais elevados, por que muitas vezes não tem colocado as bases necessárias de disciplina e concentração através dos retiros prolongados de ashrams. E deste modo não alcançam trabalhar ativamente com as energias vivas do universo, limitando-se a trabalhar com os processos auto-purificação e de relaxamento.
Estamos falando pois da etapa de Saturno, símbolo da iniciação e relacionado à organização das nossas bases materiais, em termos de cultivo de uma boa saúde, ciências de curas naturais, exercícios físicos e técnicas de purificações, assim como contatos regulares com a Natureza, tal como do bom e velho carma yoga a respeito do qual Krishna tanto coloca ênfase no Bhagavad Gita, de serviço desinteressado e consagrado a Deus e à humanidade. Sem esta base objetiva muito dificilmente os outros Yogas alcançam os propósitos a que realmente se pretendem.
Naturalmente nem tudo está perdido para todas essas pessoas que tomaram desvios ou algum falso atalho, ou mesmo sequer chegaram a entrar na sagrada corrente do Dharma. Quando não nos é dado atingir a excelência em algo importante -afinal a verdadeira senda espiritual exige muito esforço interior e desprendimento pessoal-, convém seguir aqueles a quem é dado fazê-lo.
Os Mestres sabiam por tudo isto que Maitreya estava preparado para assumir funções maiores e atravessar daí as iniciações mais avançadas que o qualificariam oportunamente para tal.
Aquilo que foi revelado a Maitreya, porém, nesta ocasião, não seria por ele acreditado num primeiro momento. Os Mestres informaram a Maitreya que ele havia sido Jesus de Nazaré em sua vida anterior. E observando o espanto de Maitreya, Morya trata de reforçar a questão fazendo-lhe então esta pergunta retórica: “Quem mais você poderia haver sido afinal?!”
As palavras do Mestre ficaram ressoando na mente de Maitreya por longo tempo, como dotadas de uma força que apenas a própria Verdade possui...
5. A Aceitação
Após superar a incredulidade do primeiro impacto da revelação, Maitreya começou a compreender o quanto na verdade tudo aquilo fazia muito sentido, dada a sua completa empatia com os Evangelhos e o seu próprio grande espírito de sacrifício, por exemplo. A existência de Maitreya havia sido afinal uma vida de superlativos. Desde coisas surpreendentes até coisas inacreditáveis, muitas vezes maravilhosas e outras também insuportáveis por assim dizer, porém suplantadas através de verdadeiros esforços sobrehumanos de superação.
Maitreya tampouco podia negar os tantos paralelos entre a sua história e a de Jesus -um pré-despertar aos 12 anos, um longo afastamento do mundo no começo da vida adulta e uma cruz aos 30 anos de idade, sem falar no seu desaparecimento após isto, no que corresponderia à longa convalescença que Maitreya ainda iria atravessar em decorrência dos traumas que havia acumulado.
O fato corroborava ademais a afirmação de Blavatsky de que Maitreya surgiria na sétima sub-raça. Os vínculos entre Maitreya e Jesus são amplos e naturais. Existe na raiz de tudo a energia do sexto raio que rege tanto a Era de Peixes quanto a sexta raça-raiz que está começando. Este fato cria pois uma corrente natural de energias para o Mestre Jesus regressar para uma missão superior e mais gloriosa em todos os sentidos do termo. A grande esoterista Alice A. Bailey já havia predito esta realidade para ocorrer já “ao redor do ano de 1980”, que foi quando Maitreya teve o seu grande despertar espiritual, reconectando-se então espiritualmente a Jesus, pois a sua identificação com os Evangelhos foi total e absoluta, levando-o a tudo abandonar para seguir o divino Mestre como vimos.
Naturalmente os Mestres não vieram dizer a Maitreya aquilo que ele deveria fazer. A sua liberdade e auto-determinação sempre seguiriam plenas. Maitreya já conhecia o suficiente sobre teologia e sobre profecias para estimar todas as consequências destas revelações, e o resto ele mesmo iria com o tempo descobrir, à medida em que firmasse os seus passos em sua nova condição hierárquica. Os Mestres vieram meramente estabelecer as conexões necessárias entre o seu passado e o seu futuro, naquele momento crucial em que acontece a grande transição entre a sua condição humana e a futura natureza divina.
A Missão positiva de Maitreya é, como porta-voz de um novo dharma racial, realizar as sínteses do passado espiritual da humanidade, afirmar o teor das novas iniciações raciais e organizar as novas regiões de dharma do planeta. Não obstante Maitreya também tem uma Missão planetária de renovação de ronda ou ainda mais, de modo a se esperar grandes movimentos mundiais daqui para frente, acompanhando e direcionando assim as grandes tendências mundiais. É aqui que entra pois o simbolismo real ou solar de Maitreya que analisaremos num outro estudo.
Apesar de tudo os Mestres estavam sensibilizados porque mesmo Maitreya havendo alcançando realizações maiores do que qualquer outro, ele ainda mantinha desta forma a sua humildade, em contraste com tantos que apesar de pouco haverem realizado logo se arvoram em torno de ilusões quanto às suas capacidades. O caso remete com efeito à tradição dos profetas bíblicos simbolizada pela história de Jonas que temia a missão dada por Deus para pregar em zona inóspita, até descobrir que tudo daria certo e ele seria bem recebido. Um profeta verdadeiro não se arroga uma missão, ele recebe um Mandato dos céus e a partir disto alcança a compreensão do seu próprio destino.
A tendência dos profetas verdadeiros é de questionar a própria capacidade e não de arrogar-se algum título sem qualquer capacitação objetiva. Os bons mensageiros quando recebem uma Missão geralmente tratam de preparar-se para ela da melhor forma possível, sem hesitação ou postergação. Muitos falsos profetas sempre surgem declarando ser o Messias. Contudo existe uma série rigorosa de condições para o aparecimento de um Avatar, em termos de tempo, espaço e iniciação.
Nenhum profeta recebe uma missão como um presente ou como um privilégio. Como eles sabem exatamente a responsabilidade que tal coisa significa, eles prefeririam até não receber esta tarefa. De fato eles gostariam de passar adiante para o primeiro que aparecesse que estivesse minimamente capacitado. Eles apenas não delegam para outro, porque sabem que outra pessoa não seria capaz de atender as demandas necessárias para tal missão.
Acontece que Maitreya também conhecia bastante bem o espírito do Cristo, e sabia o quanto ainda estava longe de tal exaltado Ser. Maitreya aos poucos foi compreendendo que o Cristo representa um todo, do qual o próprio Buda é apenas o facilitador central ao modo do cubo de uma roda -que é um símbolo sempre associado ao Dharma. Existem também o Dharma ou doutrina a ser zelosamente observado e a Sangha ou comunidade a ser devidamente organizada. Tudo isto integra o Grande Espírito Budista, que também pode ser chamado de Cristo cósmico ou Vishnu.
A relação entre Jesus e o Cristo representa sempre uma questão instigante. Alice A. Bailey profetizou que a vinda do Cristo está muito relacionada à demanda da humanidade. Na biografia de Jesus vemos que as suas iniciações foram estimuladas pelo reconhecimento dos discípulos -a descida do Espírito na confissão e batismo de João, e a transfiguração na confissão de Pedro. Jesus seria assim apenas o pivô de um Todo e o elo que reúne a Missão externa e a Ordem interna.
A verdadeira manifestação do Cristo representa portanto um processo bem mais complexo, do qual Jesus foi apenas um pivô central, envolvendo não obstante a manifestação de uma Missão planetária. De modo que aos poucos esta convicção apenas foi crescendo, à medida em que amadurecia a sua nova Missão, através da organização de um vasto conhecimento e de outras tantas confirmações importantes -a começar pela própria iluminação que determinaria o começo da sua grande Vitória espiritual.
6. A Iluminação
Maitreya via assim que poderia haver um sentido em todo este seu padecimento, e com isto recobrou os ânimos recomeçando a esforçar-se por encontrar uma saída para a sua situação. Intuía que isto deveria ocorrer através do acesso a energias maiores, isto é: pela iluminação espiritual. E assim começou a pesquisar as fontes mais herméticas e confiáveis que possuía -especialmente dentro da literatura esotérica pela qual já vinha especialmente se orientando nos últimos anos, ajudando-o de maneira preciosa a encontrar importantes chaves de iniciação.
Até que ao cabo de alguns meses de intensa experimentação e num esforço maior para sobreviver, conseguiu finalmente realizar certos procedimentos que permitiram fazer ascender Kundalini. Duas serpentes de fogo então subiram em sua coluna entrecruzando-se até que se fundiram na altura do coração, quando um grande êxtase tomou conta então de todo o seu ser, e as suas energias pessoais passaram a adquirir uma intensidade imensamente superior. Com isto as curas que almejava começaram a acontecer -além de proporcionar uma plena imunidade aos efeitos dos feitiços-, e ele sabia que era somente uma questão de tempo para começar a se restabelecer.
As curas que passaram a acontecer a partir de então eram realmente muito poderosas! Nesta altura Maitreya já padecia de uma paralisia parcial das pernas, e com a iluminação o seu organismo logo começou a criar novos canais nervosos para permitir voltar a fluir as energias para as pernas de Maitreya.
Grande foi portanto o seu alívio pessoal com esta importante conquista. Na época Maitreya sequer estimava os benefícios profundos que este processo poderia desencadear para todo o planeta, porém os seus efeitos não tardariam a se apresentar também através das surpreendentes transformações planetárias que começariam a ocorrer.
Com efeito as energias de Maitreya seguiam crescendo sensivelmente e cada vez mais, e para celebrar isto escreveu com júbilo em letras imensas num muro da sua cidade, aquilo que poderia ser a semente de uma nova teologia ou revelação: “Deus é o coração se expandindo no espaço”.
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Sobre o Autor
Luís A. W. Salvi (LAWS) é estudioso dos Mistérios Antigos há mais de 50 anos. Especialista nas Filosofias do Tempo e no Esoterismo Prático, desenvolve trabalhos também nas áreas do Perenialismo, da Psicologia Profunda, da Antropologia Esotérica, da Sociologia Holística e outros. Tem publicado já dezenas de obras pelo Editorial Agartha, além de manter o Canal Agartha wTV.
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ResponderExcluirJesus te Ama
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