Saúde e Psicologia

Discorrer sobre os mistérios do Novo Evangelho, é trazer luz sobre pungentes questões que dizem respeito, de forma objetiva, acima de tudo à humanidade em seu próprio nível. É elucidar a natureza e as correlações de dois princípios terciárias, o Espírito Santo e a Criação, e é deitar as bases de um inédito humanismo espiritual. É aprofundar e universalizar, em definitivo, aos chamados Mistérios Marianos. Em termos práticos, é reconhecer na Natureza o fundo universal que possui, em termos físico, psicológico, mental e espiritual, além, de culturalmente, conferir à Ecologia a importância que merece, a partir da identificação de uma dimensão maior a ela relacionada, enquanto parte divina. É, enfim, ancorar no foro humano as maiores realizações possíveis, em temos de saúde, amor, ciência e sabedoria. O Evangelho da Natureza é a grande chave revelada para o resgate da magia e para o reencantamento da Terra.

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As Mulheres e o Dharma

Sabe-se que as relações entre as mulheres com as religiões muitas vezes tiveram as suas polêmicas, mesmo dentro dos próprios núcleos sagrados como foi a história de Jesus. Provavelmente nisto tudo podemos encontrar um misto pouco compreendido de erros e de acertos. Por esta razão antes de qualquer outra coisa, cabe tratar dos arquétipos que podem esclarecer sobre a natureza e a forma de expressão das coisas. No caso, os arquétipos centrais do masculino e do feminino são o Sol e a Lua, embora os restantes planetas façam parte dos seus séquitos, e também serão citados de passagem.

O Sol é uma estrela e portanto dotado de luz própria, com grande poder interior que dá luz e calor, sendo comumente cercado por todo um sistema de satélites. Já a Lua é um satélite da Terra que recebe a sua luz do Sol, apesar do seu tamanho aparente ser semelhante ao do Sol, possuindo ademais uma forte influência magnética sobre o nosso planeta.

Assim o homem possui uma grande potência de criação espiritual, de desenvolver conhecimentos e de forjar lideranças, ao passo que a mulher possui uma grande sensibilidade para transmitir a realidade espiritual e para gestar a vida e semear a consciência.

Cabe analisar então o papel das mulheres dentro das religiões, não pessoalmente em relação ao próprio Avatar, tema ao qual temos nos dedicado já em outras ocasiões, mas sim dentro da sangha ou da igreja em evolução. Certamente a sua função foi muitas vezes de estímulo e de admoestação, legando às grandes matriarcas o papel que tiveram no decurso de toda a evolução da humanidade, tornando-as objetos de culto e de adoração desde e mais remota pré-história humana, destacando-se quiçá naquelas sociedades matriarcais. O que faz lembrar que ingressamos agora em 2012 numa nova raça matriarcal, por ser a quarta desta ronda, o que só amplia a responsabilidade da mulher e o potencial do seu protagonismo. A energia quaternária está relacionada à Vênus e ao coração, fomentando assim o desabrochar coletivos dos arquétipos de Eros e de Thanatos, tal como dos chamados Mistérios Órficos e Ctônicos.

Raffaello Sanzio, Sibyls, Roma - Basilica de Santa Maria della Pace (cappella Chigi)

É muito importante que quando a força do homem falhe a força da mulher desponte. Não estamos dizendo que as mulheres precisem pegar em armas como fez uma Joana d’Arc, que seria um caso extremo, com seu poder de despertar a moral masculina para a luta. Porém a simples elevação da sua consciência pode fazer muito pela evolução das coisas, posto que a força lunar da mulher é de natureza moral e consciencial. Neste caso a força da mulher-discípula pode refletir e elevada consciência do Mestres para transmitir as suas Vontades no Mundo, como fizeram as grandes pitonisas antigas e as mensageiras das Hierarquias. É onde a mulher atua espiritualmente como Graal sagrado acolhendo as sementes de sabedoria para semeá-las no mundo ou para gerar frutos na terra. É desta forma que as mulheres puderam se destacar na raiz das religiões, dentro de uma função de Mães do Dharma, como foram as Marias do Cristianismo, ou como a Santa Rabia de Baçorá no Sufismo. Porque não lembrar aqui de Aspásia de Atenas, de Temistocleia a matemática e profetisa de Delfos, de Melissa a pitagórica, Asioteia de Filos que ensinava física na Academia de Platão e da grande Hipátia de Alexandria, para citar algumas sábias célebres do período clássico.

Com efeito autores antigos como Virgílio nas suas Éclogas, listavam também as sete sibilas da Grécia Antiga, que terminaram sendo vistas como um paralelo dos Sete Profetas principais de Israel. Na mitologia romana os deuses tinham as suas contrapartes femininas, ocupando devidamente os signos masculinos e femininos do Zodíaco.

A função das mulheres não é serem necessariamente campeãs de práticas espirituais ou porta-vozes de altos saberes elas mesmas, mas de estimular que os homens se esforcem no seu próprio aperfeiçoamento, dentro dos caminhos do Dharma ensinados pelos Avatares, que são os caminhos da iniciação (simbolizados por Saturno), inclusive no cultivo e na disseminação de conhecimentos, simbolizados pelo planeta Mercúrio -tido porém comumente como de gênero neutral. É aqui pois que entra o papel da Mãe do Mundo, a educadora da humanidade, a cuidadora social ou a instrutora da família coletiva, como extensão do papel da mãe na família nuclear. Esta faceta do feminino teria pois relação com o planeta Júpiter (atualmente também Netuno), comumente associado à Maestria espiritual, o que denota pois o seu poder e também a sua responsabilidade como mediadora entre o céu e a terra, ou entre Deus e a humanidade.

Não temos dúvidas de que muitas vezes foram as mulheres que despertaram os homens para o cumprimento dos seus deveres. Atuaram assim em apoio à orientação dos sábios, manifestando a sua sagrada função de Mães do Mundo. Na Idade Media era comum a ideia da dama nobre ser a recompensa do herói de guerra ou do campeão dos torneios -para entrar já em outra faceta dos gêneros, relacionada aos planetas Marte e Vênus. De qualquer forma nas culturas tradicionais o casamento não era permitido sem que o candidato atravessasse certos ritos de passagem.

Enfim, o importante é que haja uma compreensão dos papéis das polaridades, ainda que isto tampouco represente uma regra absoluta, mas sim um princípio geral. Todo aquele que alimenta uma aspiração, deve ter a oportunidade de colocá-la à prova.


* Sobre o Autor:

Luís A. W. Salvi é estudioso dos Mistérios Antigos há mais de 40 anos. Especialista nas Filosofias do Tempo tradicionais, publicou a Revista Órion de Ciência Astrológica pela FEEU e dezenas de obras pelo Editorial Agartha. Nos últimos doze anos vem redirecionando os seus conhecimentos para a Teosofia, realizando uma exegese ampla da Doutrina Secreta e também das Estâncias de Dzyan.

RELIGIÃO CIENTÍFICA: UMA POSSIBILIDADE?



Hoje em dia se fala muito nas “sínteses” entre Religião e Filosofia. Será tal coisa realmente possível, e em que medida?
Existem distinções evidentes entre Religião e Ciência. Se a Ciência fala a linguagem da mente, a Religião fala a linguagem da alma. Ainda assim, existem pontes entre elas.Estes elos começaram a ser construídos (ou “resgatados”) no Baixo Renascimento, quando são Francisco de Assis trouxe a lembrança da Natureza como um elemento da espiritualidade, inclusive para facilitar o contato com o Espírito santo. Que isto possa enfim se conectar com o Naturalismo como uma base do ioguismo, que é outra palavra que significa “união” a exemplo de “religião”.*
Mais recentemente, Albert Einstein nos falou sobre uma Religiosidade cósmica, e este elemento já evoca uma outra dimensão da espiritualidade, mais avançada, que é a Ascensão. Quiçá, certas novas aspirações pela planetarização também possam atuar nesta direção.


No campo da teoria evolutiva, tivemos a preciosa síntese de Teilhard de Chardin, própria do gênio renascentista (ou universalista) dos jesuítas. Juntamente com Vernadsky, suas visões inteiraram inclusive as da Noosfera, como campo evolutivo para além da Biosfera e a Tecnosfera.






Claro que nada disto é novo, porem tem estado sempre mais 
restrito aos mosteiros e às altas personalidade. Um aspecto importante disto existe então nas Escola Iniciáticas, onde a técnica começa a ser realmente incorporada ao lado do trabalho da consciência (ética, etc.). Porém, agora parece que estes saberes poderão ser difundidos para muito mais gente.
As pessoas procuram a espiritualidade por muitas razões, sendo talvez o mais comum pela dor, mas também pela vocação interna, que é de longe a melhor “opção”. À medida em que isto se torne mais necessário no mundo, muitas portas também se abrirão, de qualquer forma que seja.

Contudo, não podemos ser ingênuos de julgar que a Religião poderá se fundir totalmente com a Ciência ou a técnica. Há coisas na espiritualidade que fogem a esta esfera, e em todas as etapas do caminho.
Não é somente no começo do caminho que a importância da crença e do mito aumenta, durante a jornada espiritual e depois (se é que existe um “depois”) o mito também poderá ter outras funções, mesmo que algumas coisas que a princípio acreditávamos possam tomar outras formas e até se desmistificar. Contudo, a espiritualidade como uma vertigem supraracional jamais pode deixar de existir, sob pena de deixar de ser uma autêntica espiritualidade.


E isto não significa uma rendição ao obscurantismo ou ao fanatismo. Onde as coisas se acomodam é que surge a corrupção e a ignorância. A espiritualidade não é apenas um conceito, é muito mais um convite.
Há que manter as coisas paralelas –como mostra, aliás, o símbolo do signo de Aquário-, não exatamente reunidas. A aproximação é necessária, mas a fusão é temerária. Aqueles que forçam a fusão entre Ciência e Religião, forçam a situação e podem se tornar fanáticos. A Religião é macia e feminina, e a Ciência é dura e masculina. Religião e Ciência são como dois ângulos-de-visão que geram um terceiro ainda melhor.
Há que tratar pois de preservar este frágil equilíbrio entre Mente e Coração, para buscar penetrar através destas colunas do Templo através de um Portal sagrado onde, então sim, podemos pretender conhecer a Verdade Una!

Aqueles que querem ser mais “científicos” correm o risco de serem superficiais ou se tornar luciféricos obcedados. Não conseguirão jamais suplantar os umbrais entre a terapia e a crendice pagã com a verdadeira espiritualidade. E aqueles que desejam ser muito “religiosos” tampouco superarão o sonho místico para alcançar a realização interna superior.
A velha questão da fé e das obras é imortal! Nenhuma pode ser mais importante do que a outra. Ninguém pode realmente “tomar o céu por assalto”, porque em última instância a metade da Ponte é tecida pelo mérito que possuímos, e estendida a partir de forças que não nos pertencem jamais.



Para muitos, um ponto comum de polêmica está nos cleros, que as pessoas identificam mais exatamente com a religião como um êmulo do Estado, ou seja: a “imposição” de mediadores entre os homens e suas aspirações.
O problema do clero ou do Estado está basicamente na acomodação e no poder formal. Não se pode seriamente descartar o profissionalismo e a vocação em qualquer atividade. Políticos e padres tem alcançado incialmente o seu prestígio pela sua capacidade de orientar e de auxiliar a sociedade, como autoridades naturais. Depois que as coisas se tornam instituições formais, envolvendo massas humanas, poder e riqueza, ai já pouco se pode esperar de bom.
Então, não devemos querer jogar fora a água suja com o bebê junto. Cabe apenas tratar de preservar as bases impolutas.



Na verdade, os mesmos problemas se passam com a Ciência. Tudo o que cresce demais degenera e se torna perigoso. E talvez a Ciência mais do que tudo o mais, especialmente quando aliada ao Estado e à religião.
Sim, as pessoas creem que o Estado laico seja uma solução para muita coisa, porém é difícil separar realmente as coisas, resvalando comumente para a hipocrisia. Na Antiguidade, a opção se fez com maior felicidade pelo Estado ecumênico.

* De fato, a Religião não pode ser muito acusada de desrespeito à Natureza. E não estamos falando do ioguismo e nem do animismo. De certa forma, a Igreja tradicional vê o corpo como um templo inviolável que não deve ser profanado pelos desejos irrefreáveis da própria pessoa, porém, o laicismo põe por terra estes valores, o mesmo laicismo que, embora se declare “científico”, é capaz de destruir incontrolavelmente a ecos onde vivemos...

Luís A. W. Salvi é escritor holístico, autor de cerca de 150 obras sobre a transição planetária.
Editorial Agarthawww.agartha.com.br
Contatos: webersalvi@yahoo.com.br, Fone (51) 9861-5178

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DO FUNDAMENTALISMO E OUTROS DESVIOS


Fundamentalismo é o ato de ater-se ao pé-da-letra a uma doutrina religiosa, sem admissão de relativismos (anacronismos, contexto, etc.), simbologia, perdas de conteúdos (por resignificação semântica ou erros-de-tradução) e interpretação. O termo não se reduz porém à esfera da religião (ateus podem ser fundamentalistas), ainda que aqui trataremos unicamente disto.
Apesar de vivermos tempos de globalização, ainda vemos o fundamentalismo se alastrar em todas as camadas da sociedade. Por vezes, o fundamentalismo está na base de grandes poderes mundiais, embora outras expressões suas possam buscar atuar como um contra-poder de resistência.









O Budismo é uma religião nobre porque tem alcançado manter-se afastado de certos extremos, resultado do seu culto ao discernimento e ao equilíbrio. Dizem às vezes que sendo “ateísta” sequer seria uma religião e sim uma “filosofia”, o que representa uma simplificação já que termina por surgir ali figuras abstratas com poderes divinos, e nesta linha teríamos que considerar o Hinduísmo também uma filosofia apenas porque abriga correntes materialistas.
O Budismo agrega categorias que vão desde o leigo e o noviço (dito sravakas, “ouvintes”, como na escola pitagórica) até os emancipados ou iluminados (arhat, asekha, buddha).
O “fundamentalismo” estaria meramente associado à chamada doutrina-raiz (dharmadatu), que é o ensinamento inicial do Buda acerca das Quatro Nobres Verdades e o Caminho Óctuplo, representando a essência do canon pali original. Mesmo aqui existe porém um amplo corpo doutrinal, que ainda se desdobra nas sucessivas grandes escolas budistas (yanas) surgida através dos séculos (inclusive através de sincretismos e releituras), mediante novas revelações ou “descobertas” de ensinamentos do Buda e seus grandes discípulos.








Ao contrário do que se imagina, o anti-fundamentalismo não seria exatamente o liberalismo, e sim o modernismo. Ora, mesmo na espiritualidade se reconhece a necessidade da atualização das doutrinas, sem o que sequer seria possível vivenciar bem ideias que se originam necessariamente num dado contexto histórico. A maior prova disto seria, talvez, a própria doutrina hindu sobre o advento cíclico dos avatares.
O fundamentalismo se caracteriza por um comportamento espiritual pouco especializado. A imagem de um profeta-guerreiro destoa de muitas ao redor do mundo de santos, sábios e ascetas; especialmente num contexto maior globalizado. Da mesma forma, a intenção de impor a ferro e fogo uma “boa-nova” a desqualifica um tanto, bastaria viver e levar informação como fizeram os primeiros cristãos, que queriam mais convencer do que vencer.No contexto superficial do fundamentalismo, é muito fácil enredar a religião com todo o tipo de mazelas humanas. Daí surgem desde as mais vulgares “teologias de prosperidade”, as indulgências e a pedofilia, até Cruzadas e Jihads ou “Guerras Santas”.

Neste ambiente religioso sempre beirando ao laicismo, o ego pessoal se mistura facilmente às “causas nobres” de Deus, produzindo arbitrariedades, coerções e constrangimentos. Medíocres se fazem importantes iminências-pardas, e sociopatas emergem como autoridades notórias. As áreas religiosa e a empresarial estão entre as que mais atraem psicopatas, e a religião pode reunir ambas, sobretudo na faceta da “prosperidade”. Não se deve imaginar que este meio seja desprovido de erudição. O conhecimento pode ser um excelente álibi para o fundamentalismo.








Este é no geral o ambiente da religião institucional e burocrática, carente muitas vezes de uma ordem regular por detrás, com mecanismos de auto-depuração e cultivo pessoal. Por decorrência nada disto está longe do desvio mental e da obsessão. O novato conhece muitas vezes arroubos religiosos e por falta de orientação pode julgar-se como um eleito, quando na verdade pode estar apenas recebendo um chamamento para dar início a uma longa busca interior. A redenção ante crises, enfermidades e vícios aparece como uma vantagem real, sem que tal coisa deva ser tida porém como uma “salvação”.












O tema do fundamentalismo é familiar às dinâmicas da Igreja e suas oposições. A Igreja medieval manifestou muitas das mazelas próprias das instituições com grande poder. Podemos observar duas grades correntes históricas de contestação: o franciscanismo e o luteranismo. Porém, enquanto São Francisco realizava uma crítica a partir da essência cristã, Martinho Lutero protestava contra a corrupção ativa dos padres. Um investiu num reforço e depuração através das ordens, e outro enveredou na extirpação das ordens aproximando-se do laicismo. Ambas correntes manifestam aspirações renovadoras, evangélicas e pentecostais, porém o franciscanismo abriga doutrinas renascentistas (“holísticas”) e o luteranismo acolhe doutrinas iluministas (modernistas). Por isto o espiritualismo franciscano reforça o ambientalismo e o credo evangélico investe na auto-ajuda.


O franciscanismo e o luteranismo possuem caráter muito diferentes. Enquanto o primeiro representa uma renovação espiritual (comumente realizada através de santos) com natureza evolutiva (resultando no “espiritualismo”), o último corresponde a uma “reforma” (realizada através de sábios) tendo até certo caráter punitivo (donde a ação “protestante”), e positiva desde o ângulo economicista –obviamente como uma conquista para a burguesia. Porém o luteranismo (evangelismo) terminou se combinando com o movimento carismático (ou pentecostal).


Quanto ao Islã, hoje temos uma situação preocupante. Esta religião tem sido controlada pelo Ocidente, que ademais explora as grandes riquezas dos petrodólares. O fundamentalismo econômico ocidental (capitalismo) tem desequilibrado porém as coisas despertando forças fanáticas locais perigosas, que além de matar inocentes da maneira mais gratuita ainda destrói arte sagrada multicultural da maior importância e antiguidade, atentando para as bases da civilização. 


Esta religião necessita rever seus padrões pois não pode pretender exportar seus dogmas para outras culturas, aquilo que pode ser bom para uns pode não ser para outros –aliás, numa humanidade tão afastada de Deus, talvez os ídolos (ou ícones) religiosos possam ajudar mais do que os ídolos capitalistas. O velho proselitismo não tem mais lugar na Nova Era, menos ainda aquele feito através da violência.

Luís A. W. Salvi é escritor holístico, autor de cerca de 150 obras sobre a transição planetária.
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DE PORQUE OS GRANDES PROFETAS DEIXAM MAIS RELIGIÕES DO QUE ESCOLAS INICIÁTICAS


“Muitos são chamados, mas poucos escolhidos.” (Mt 22:14)


O trabalho dos grandes Mensageiros está sujeito a diferentes capas de distorções, dado inclusive o seu elevado teor de profundidade e de refinada socialização. A penetração destes ensinamentos num universo maior, demanda comumente passar tais revelações por um filtro descaracterizante.
Depois, existe o sério problema das Escrituras, desde a tradução (todo tradutor está limitado pela sua experiência) e a ressignificação semântica natural com passar dos tempos, até a inclusão de textos e de autores que podem representar algum desvio das ideias centrais.
Talvez se deva mencionar a presença dos falsos apóstolos, mais interessados em manipular o mestre em favor dos seus próprios interesses, como foi o caso de Judas. Será que sem esta traição as coisas teriam tomado um outro curso? Aparentemente tudo isto “estava escrito”, mas nunca se pode realmente dar um veredito final.

Porém, existe uma limitação de primeira hora que vem através da própria má vontade daqueles que teriam condições de atuar mais profunda e amplamente em favor de uma Boa Nova, e no entanto preferem se isolar nas suas torres-de-marfim, indiferentes à humanidade -a quem apenas os ensinos dos grandes iluminados sabem realmente incluir através da compaixão-, não admitindo a superioridade das propostas, dos conhecimentos e das realizações dos grandes Enviados, lacrados como estão pelas muralhas de seus egos.
Este fato está explícito na parábola das bodas do rei, onde diz:
“E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir. (...) ide, pois, às encruzilhadas dos caminhos e chamai para as bodas a quantos encontrardes (...), maus e bons.” (Mt 22:3,9-10)
Os apóstolos do Cristo foram homens bastante comuns, tirados de todas as camadas da sociedade. Não havia entre eles alguém que se poderia chamar de “Doutores”, sequer de “Doutores da Lei”. Antes, Jesus denunciava constantemente os fariseus e os saduceus, desde o alto 
de suas pompas e privilégios, como “sepulcros caiados”. O Buda fez o mesmo em relação aos Brahmanes nominais que dependiam de uma situação familiar e não vocacional. 
Os reformadores e renovadores da espiritualidade social necessitam enfrentar amiúde o atavismo das velhas crenças decadentes e esvaziadas.
Também vale lembrar que Jesus sempre falou dos “simples” (religiosos, crentes, devotos) e dos “perfeitos” (santos, sábios, iniciados) -coisas que os Cátaros sistematizaram-, onde a categoria simples deve servir como portal para a perfeição. Um perfeito que não seja também simples (ou que tenha sido) seria um falso-perfeito, arrogante e preconceituoso.
Por despeito e inveja, comodismo e sectarismo, estes iniciados medianos procuram boicotar o trabalho universal dos profetas, restando por vezes disto apenas legados menores, e ainda assim capaz de realizar grandes coisas... 
Afinal, caberá ao vulgo disseminar o seu próprio entendimento das coisas, que neste caso será mais de religião que de esoterismo. Afinal, Escolas Esotéricas sempre podem ser fundadas –bem ou mal- por iniciados, mas religiões apenas podem ser criadas sobre revelações superiores. O poder e o prestígio dos grandes mestres ante a Comunidade Espiritual das Idades, coloca todas as forças espirituais ao seu serviço possibilitando integrar pessoas mais comuns aos planos superiores e criar a civilização, coisa que os iniciados comuns são incapazes de fazer por não serem emancipados espiritualmente.
O orgulho e a disputa destes iniciados não representam nenhuma novidade. Eles são os ciclopes briguentos dos mitos gregos e são os deuses invejosos dos mundos budistas. Certa realização interior e u’a maior capacitação mental, não os livra todavia destes percalços, a “sede de poder” que Carlos Castañeda definiu como “a maior provação do homem de conhecimento”, e que apenas pode ser superado pela ultrapassagem desta iniciação ou pelo serviço pessoal aos grandes Mestres.
Estes indivíduos não possuem muita vocação para o trabalho conjunto direto, em parte porque nem deve ser assim feito por terem vocação e lideranças, de modo que se forem capazes de superar minimamente as suas contradições eles podem atuar de forma coordenada em prol de uma mudança cultural na sociedade.
É fácil imaginar então que ocorrências como a de Jesus não sejam raras, reproduzindo-se também em outras escalas e hierarquias. Em suas pesquisas sobre as linhagens sufis registradas na obra “Os Mestres de Sabedoria”, John G. Bennet observou que certo ketub (eixo ou polo espiritual) não recebia o reconhecimento explícito de seus colegas de buscas espirituais, apesar das suas elevada sabedoria e realizações...Mas também existem situações mais auspiciosas. O Buda por exemplo encontrou receptividade entre seus antigos parceiros de buscas espirituais, e a coisas assim é que de veria a profundidade e o esplendor do budismo, uma filosofia que até possui teologias mas que não dominam de modo geral.
Outra referência a isto está no mito dos “anjos caídos”, desde Lúcifer que com seu orgulho perdeu a primogenitura ante Deus. É público e notório que os Irmão da Mão Esquerda alimentam um desprezo pela humanidade, condição máxima e doentia da indiferença dos iniciados comuns. Contudo, estes seres possuem uma perigosa propensão para o conhecimento, daí o cuidado da informação através do sigilo –e, mais uma vez, da colocação de bases probatórias.Os avatares conseguiram superar aquela situação de poder, porque não se acomodaram neste grau, antes deram o passo seguinte renunciando ao poder e ao prestígio, e enfrentando as duras provações que dão acesso à iluminação do coração espiritual...
De todo modo, os iniciados de boa cepa também praticam as suas exegeses esotéricas em cima das revelações e organizam escolas de iniciação, inspirados pelo estudo comparado das filosofias, pela experiência pessoal ou por orientação interna. Devido a sua grande estatura, os anjos também apoiam estes Mestres maiores, impedindo que os seus divinos trabalhos fracassem. Por tudo isto os grandes mestres jamais deixam de vir ao mundo quando a sua hora chega e a sua presença é requisitada.

DEUS NUNCA ENTREGOU A SUA CRIAÇÃO PARA AS PESSOAS COMUNS A “DOMINAR” !


Da falsa “argumentação bíblica” sobre os direitos da dominação humana sobre a Natureza

O primeiro “argumento” do homem comum às críticas à depredação da Natureza, não raro é a citação do Livro do Genesis (I:26-30) onde Deus (um nome usado para definir muitas coisas, incluindo um plural nestas narrativas) concede aos seres humanos o domínio sobre as coisas criadas –animais, plantas etc.
A grande pergunta porém é: “- A quem exatamente tal coisa foi dada?” Eis o que está de fato escrito:

“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra (...) para seu mantimento (etc.)”
Ou seja: Deus conferiu estas vidas aos seres “feitos à sua imagem e semelhança” - e não para aqueles pecadores como foi a condição posterior de Adão e de Eva! Deus seria um louco completo se tivesse dado ao homem comum o direito de fazer livre uso da sua Criação. Seria como criar algo apenas para ser em seguida destruído!
De modo que todo os abusos humanos subsequentes sobre os reinos da Criação, representa apenas uma expropriação imoral, de terríveis consequências para a humanidade. Quiçá, a expulsão do Paraíso tenha uma triste analogia com a própria destruição do Paraíso... os sinais da decadência cultural generalizada descrita no Genesis como trabalho suado, desavença conjugal, dor-no-parto e morte precoce, também se refletem assombrosamente nos nossos tempos.


Aqueles que tem realmente direito a controlar a Natureza são os que também ostentam equilíbrio de valores, e não se entregam aos desejos e às paixões cegas.
Tal coisa descreve os verdadeiros filósofos, sábios e santos. O homem comum que não alimenta tais aspirações, deve humildemente receber as orientações daqueles mais instruídos para que as coisas não venham a sair do controle, como tanto tem acontecido hoje.
Não se pode permitir direitos iguais se as responsabilidades tampouco o forem. Então as coisas necessitam ser compensadas. As áreas sob a responsabilidade das classes sociais materialistas deveriam ser sempre mínimas e apenas o suficiente para as suas verdadeiras necessidades, sob pena de termos negligência, devastação e invasão –enfim, perdas de toda a natureza, com o comprometimento final da própria habitabilidade planetária! No mais, toca fomentar a cultura e a espiritualidade nestes setores, para haver dinamismo cultural e espiritual, e não apenas ambições econômicas. 
As sociedades originárias em geral, vivem fortemente outras dimensões, sendo por isto capazes de manter uma pegada leve sobre a terra, mesmo vindo a fazer algum uso de métodos não-ambientalistas como a caça e a coivara (coisa que a delimitação dos seus territórios tende a comprometer muito mais). Vivendo em pequenas sociedades, sua caça era ritualizada e respeitosa, muito diferente do abate industrial em massa.
O naturalismo mais radical, é uma forma de compensação para o homem branco, assemelhando-se à necessidade da religião para o homem comum afastado do equilíbrio e da pureza original.

“Aqueles que conhecem o Caminho”



Vivemos graves tempos de consumação, onde as verdadeiras “chaves da transição” já devem ser conhecidas para ser aplicadas e se começar a renovar as coisas, antes que seja tarde demais e não restem sequer as sementes para rebrotar sob as neves do mundo... ter estas “simples” respostas ansiadas e sua proposição, já representa tudo o que se pode esperar num momento como este, para que as coisas realmente possam começar a mudar.
E assim, investigando os Áureos Segredos daqueles que têm alcançado o milagre de transformar o mundo nos grandes momentos de crise da humanidade, a partir de pequenos grupos pioneiros de Servidores da Luz, podemos chegar apenas a duas conclusões definitivas, relativas às Grandes Leis de Redenção que abarcam o céu e a terra, as quais são: FRATERNIDADE UNIVERSAL  e COMPAIXÃO UNIVERSAL.
Ou seja: a Fraternidade-dos-iguais (a Grande Irmandade daqueles que alimentam metas semelhantes de evolução), como a “Chave da Vastidão” que conquista o Espaço, a Terceira Dimensão, de um lado; e a Compaixão-dos-desiguais (a Sagrada Hierarquia de auxílios dos maiores pelos menores, aprendendo e ensinando portanto), como a “Chave da Profundidade” que conquista o Tempo, a Quarta Dimensão, de outro lado.

Não se trata apenas de uma posição espiritual, mas de atitude estratégica também, dentro da conhecida premissa sociológica de que “a união faz a força”. Afinal, se faz necessária uma Nova Era!, devidamente socializada e instituída. As pessoas às vezes não estimam a importância de valores como a da Fraternidade e da Compaixão, e a forma como estas práticas têm feito o mundo avançar e se renovar tantas e tantas vezes. E a partir destas sagradas Premissas Fundadoras de equilíbrio, se erigem formas de selecionar e de agregar, como nas fórmulas alquímicas de solve et coagula, visando a sadia reorganização das coisas. 
São, ademais, princípios enfatizados pela Nova Era, pois Aquário é o signo da Fraternidade (Maitri, em sânscrito, donde o nome do avatar da Nova Era, Maitreya, o “Amistoso”), e a nova raça-raiz ou civilização se dará sob a égide do Sexto Raio divino, de Idealismo e Devoção, assim como de Compaixão (Karuna).
Através destes singelos gestos de boa-vontade, passamos a dotar alguns dos preceitos mais luminosos que existem, emanados diretamente do próprio coração do Cristo, como ao dizer o Senhor: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.”
Pois quando evocamos neste aspecto “Aqueles que conhecem o Caminho”, fazemos referência a termos da Tradição, porque “Caminho” tem sido usado muitas vezes como sinônimo de Dharma e Lei espiritual. A forma mais explícita se acha no Taoísmo, onde “Tao” se traduz por “caminho”, sendo sabido que esta doutrina se volta justamente para o equilíbrio dos opostos, inclusive em termos dos ciclos alternados. Outras filosofias e religiões têm adotado a expressão, como o próprio Cristianismo nas suas origens, doutrina que também prima por esforços na direção de harmonias, especialmente entre o Eu e o Outro, que é uma das chaves capitais da socialização, e de uma forma que se diria transversal ou espiral, já que abarca tanto a fraternidade quanto a compaixão.  

Quase todas as seitas, igrejas e sociedades místicas, alimentam a idéia de ser a grande porta-voz da verdade e de reunir os autênticos “escolhidos” de Deus, mesmo quando não expresse abertamente a questão. Claro que isto é impossível de acontecer, porque os espíritos que freqüentam estes ambientes são muito díspares. Por outro lado, em cada grupo pode ter algumas pessoas realmente especiais...
Assim, como estamos tratando atualmente da “consumação dos tempos”, vale mencionar quem seriam afinal estes verdadeiros “escolhidos” para efetuar a transição e preparar a futura renovação dos tempos. Quase ninguém ainda sabe que a data de 2012 rachou o tempo ao meio, e com ele as pessoas e os grupos, demandando novas atitudes diante da vida e da espiritualidade, já que toda uma nova raça-raiz se abriu ali...

Quem seriam, então, os verdadeiros “eleitos” de que fala o Apocalipse de São João, e que aguardam sob o altar de Deus, até que chegue a sua hora de agir para ajudar a consumar a renovação do mundo?
Ora, a separação do “joio e do trigo”, ou dos eleitos e dos não-eleitos da Nova Era, não se dará meramente entre os espiritualistas e os não-espiritualistas, ou entre pessoas supostamente virtuosas ou pecadoras, nem mesmo entre esta ou aquela nação, e tampouco serão selecionadas apenas algumas seitas supostamente verdadeiras ao invés de outras que não seriam... Mas sim para separar todos aqueles que não são sectários, dentro de “todas” as formas de pensamento existentes no planeta, enaltecendo assim os que buscam tanto os meios de contemplar a unidade-das-visões, mas que também aspiram por adaptar os recursos e o conhecimento para que o povo humilde também possa participar das coisas novas, abarcando assim o vertical e o horizontal que faz o Todo universal. É desta forma que será escolhida, pois, a nova Semeadura de Noé - ou do Eón...
Por isto declarou Jesus em suas profecias: “Digo-vos que naquela noite estarão dois numa cama; um será tomado, e outro será deixado. Duas estarão juntas, moendo; uma será tomada, e outra será deixada. Dois estarão no campo; um será tomado, o outro será deixado.” (Lc 17:34-6) Porque a luz está disseminada um pouco em toda a parte, e porque sem união não acontece a transformação necessária do mundo. Também foi dito pelos antigos profetas, que o reino de Deus será formado por “um povo tirado de muitas nações”; afinal se trata mesmo de uma seleção de almas.


A verdadeira essência deste “Novo Grupo de Servidores do Mundo”,* será o amor à Verdade, acima de todo o separatismo,** e a palavra viva acima de toda a letra morta, intuída pelo coração e expressa como equilíbrio –o famoso “fio da navalha”-, como rezavam os mitos egípcios sobre o destino da alma. Pois é a Verdade é a essência da Idade de Ouro que erige as novas civilizações, como mostram os orientais ao designar este era dourada como a “Idade da Verdade”.
Neste sentido, é que deve ser entendida a nobre proposta de “formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor”, que é o Primeiro Objetivo da Sociedade Teosófica, visando constituir aquela semente de unificação planetária e de potencial transcendência cósmica.
Tal coisa se reforça pela posição do professor Henrique José de Souza, Fundador da Sociedade Brasileira de Eubiose: “Nós – ‘Teósofos’ ou ‘livres-pensadores’, não podemos comungar em religião alguma positiva, seja hinduísmo, budismo, bramanismo, cristianismo, protestantismo ou outra qualquer, porquanto o nosso único dogma é o da Fraternidade Humana – sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor, e o nosso único e Supremo Mestre dos Mestres – tal como vimos de explicar – é o nosso Eu-Divino, nosso Espírito, cuja voz é a da Consciência emancipada e livre.” (1931, Diário o Carioca) Pois quem almeja ajudar a criar uma nova humanidade não pode ter visão estreita e sectária, mas “emancipada e livre”, porque aqui a ajuda de todos minimamente despertos é importante para o sucesso da Obra, em todos os setores e correntes de pensamento que existem.

Por outro lado, não seria talvez a melhor das idéias, que estas pessoas especiais saíssem simplesmente dos seus antigos grupos, mas sim que atuassem ali como sinuelos, educadores, pacificadores, esclarecedores, unificadores, integradores enfim... agindo nisto inspiradas no trabalho do Governo Interno do Mundo, como uma espécie de ioga-da-fraternidade!
E são unicamente estes que fazem esforços para alcançar o novo da maneira correta, que levarão adiante todas as doutrinas hoje existentes no planeta. Deve-se pois enxergar estes escolhidos, naqueles que sabem eleger a todos e não apenas a si mesmos: somente o equilíbrio e a unidade, poderia representar o Bem aos olhos de Deus e da evolução. Isto é necessário e suficiente para “marcar a fronte” dos guerreiros da luz (Ap 7:3, 9:4, 14:1 e 22:4), caracterizando a natureza unificadora das suas mentes, e definindo quem pertence ao passado e quem pertence ao futuro, na decisiva divisão das Águas do Tempo.
Nenhum futuro existe apenas como fruto do acaso. Todo futuro é criado e planejado, seja ele bom ou ruim, seguindo assim um caminho de idéias e de estratégias. A estratégia do Bem é a paz, a harmonia e a integração. Por isto, o “Selo dos Escolhidos” demonstra que estes apenas são os “Eleitos” de Deus, porque eles decidiram escolher o Todo, dentro e fora de si mesmos.
Acima: o “Selo dos Escolhidos”
Lê-se acima, neste “Sinal” de integração chamado “o Selo dos Escolhidos”: “O amor conquista & vence: a fraternidade entre os iguais, a compaixão entre os desiguais.” Esse é o verdadeiro “sinal da cruz” para a humanidade, ainda que os mestres também sinalizem um certo “sinal de Jonas” d’”aquele que tem a chave do céu e da terra” (que é um outro sentido da cruz) por haver superado o umbral da morte... A Hybris humana sempre se concentra e culmina no tema da morte, como se observa na Queda do Homem no Genesis, de modo que a verdadeira e definitiva vitória sobre a morte, também anuncia o começo da regeneração humana, tal como ocorre na superação da cruz humana que os mestres conquistam.
Em contraparte, existe também o Selo do Diabo (do grego diabolos, “separatividade”) marcado pelo Sectarismo e pelo Egoísmo, na luciférica sina da rivalidade entre os iguais e da soberba ante os desiguais. Segundo o Apocalipse, muitas pessoas também serão marcadas pela Besta na testa (13:16, 14:9, 17:5 e 20:4) ou nas mãos.
O Grande Selo da Conquista Espiritual, mostra as duas pétalas (na cor verde da Esperança) do Portal Cósmico no chakra frontal, as quais são como as asas do Caduceu ou as divisões do símbolo do Vajra, e que podem ser elas mesmas tais hipóstases universais da Fraternidade e da Compaixão, já que se relacionam às dualidades em geral, e cujo equilíbrio induz ao Sagrado!
Pois é chegado o tempo de despertar a Mente-cristal, como está escrito nas profecias sobre a época da consumação do Kalki Avatar, para efetuar este decisiva renovação do mundo. O cristal representa algo material ou manifestado, porém translúcido pelo qual passa a luz (às vezes até se o denomina poeticamente de “luz condensada”), para ser redundante; da mesma forma, a Mente-cristal (no Budismo Tibetano existe uma expressão semelhante, vajramanas) é naturalmente clara e objetiva, pouco sujeita a fantasias, antes dotada com os dons da Ciência, porém capaz de incluir todas as dádivas da espiritualidade.

Quando esta conscientização acontecer para um número suficiente de pessoas, então todas as profecias realmente se consumarão, e todo este mundo entrará em convulsão, anunciando o parto do seu porvir... Ou, como está escrito:
“E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar,  dizendo: ‘Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus.’ E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel.” (Ap 7:2-4)
Daí, ser tão importante este despertar para o Todo, como as verdadeiras chaves universais da renovação, dentro e fora de cada ser, e a mais ampla difusão desta mensagem para que a Nova Era chegue de uma vez por todas e para todos... porque se a proposta não for abrangente e unificadora, a mudança não poderá começar a acontecer.
De modo que, como reza a revelação, dentre “todas as tribos” as pessoas deverão ser assinaladas com esta mensagem. E quem não entrar no verdadeiro Trabalho universal, ainda pode fazer o seu trabalho parcial, pois não irá para nenhum inferno apenas por isto, muito embora corra o risco da segunda morte (a morte da Alma) anunciada no Apocalipse, se fracassar na árdua tarefa da sua completa transmutação, sob esta hora de “juízo” ou de repactuação evolutiva na abertura na Nova Raça que já vivemos, e o que pode ser ainda pior do que algum inferno...

Este juízo passa, pois, por cada um fazer nesta hora a sua opção entre as distintas visões-de-redenção, que são oferecidas neste momento da transição, onde se aportam as grandes verdades, as meias-verdades e as grandes falsidades... E então discernir sobre o que são soluções para os tempos e o que não são: sectarismo ou universalismo, inclusão ou exclusão, realismo ou fantasia?

Aquelas pessoas sectárias e egoístas, não vão fazer parte de uma Nova Era, porque não possuem as virtudes fundamentais para transpor os grandes umbrais dos tempos. Elas estão mais em busca de cumprir o seu próprio dharma pessoal, e tem este direito, mas não significa que o alcançarão (especialmente os que carregam os seus egos inchados), porque os dharmas estão bastante empobrecidos na transição, coisa que todavia mal suspeitam, como tampouco imaginam que vivem a sua última encarnação, dado que a Velha Era terminou, trazendo consigo um “Juízo Final” e a demanda do cumprimento imediato do dharma racial, sob pena do retrocesso evolutivo e, em muito casos, até da extinção da alma na segunda morte...

Já aqueles que repactuam pelo novo tempo, têm todas as chances de salvar-se sob os ensinamentos dos grandes Mensageiros da Transição, que ainda reabrem a Seara do Tempo para os buscadores da Verdade seguirem avançando ao longo da Nova Era através das reencarnações redimensionadas. “Estreita é a porta, e apertado é o caminho que leva à vida” (M 7:714), disse Jesus, pois a Verdade é um atributo raro que permanece nas mãos dos predestinados preparados por Deus. A verdadeira senda é apresentada apenas por um Enviado (além de ter ela mesma os seus desafios iniciáticos), em meio a tantos que oferecem todo tipo de coisa, as quais até podem ter maior ou menor valor, mas não permitem o acesso real à transição e à edificação do Novo, pois são mais como tijolos de uma estrutura do que a própria estrutura em si, a qual apenas o Grande Vidente é capaz de conferir.
Por esta mesma razão, após o Novo Milênio, quando chega a hora de preparar uma Nova Civilização, os Mestres apenas terão em conta realmente aquelas pessoas que estiverem voltadas para o Novo Projeto de Civilização, e da forma correta como deve ser, sem utopias ou fantasias, ou sem a ilusão de querer consertar um sistema falido de massas (como a alimentar a cega pretensão de curar um mundo condenado), e nem de regressar a um idílio egoísta onde caibam apenas uma meia dúzia de "eleitos" (como a querer abandonar de todo a humanidade), mas antes sob uma fórmula-de-equilíbrio de verdadeira dimensão social -e que traga implícita uma positiva renovação cultural...

Pois os verdadeiros eleitos -repetimos- não são aqueles que elegem apenas a si mesmos em primeiro lugar, mas que escolhem o Todo, porém não algum “todo” pessoal, abstrato e subjetivo (que alguns chamam equivocadamente de “holismo”), e sim o realmente universal que a Hierarquia revela, pela evolução e integração do planeta (e que certamente passa pelo “ecumenismo”). Não apenas o todo dentro de cada um, portanto, mas também cada um dentro deste Todo maior e real, a ser alcançado através do preceito horizontal da fraternidade e vertical da compaixão.
É que existe ademais sempre um mínimo de pessoas a ser alcançada para ser eficiente esta renovação do mundo, que não é nem tanta gente que possa alcançar a globalidade de coisa nenhuma, e nem tão pouca gente que possa dispensar uma parte de cada coisa; por assim dizer. E então se faz o milagre...

 Afinal, aqui estamos nós, neste mundão de Deus... mas, quem somos nós diante de tudo isto, e o que somos afinal ante esta massa que rege o planeta com sua apatia? Quê podemos fazer diante de um mundo tão grande? Porém, se queremos realmente ajudar o mundo, existe sempre um mínimo a ser feito, envolvendo certo número de pessoas, e não somente para um mesmo nível ou tipo de trabalho, e nisto as pessoas mais simples também devem ser incluídas, para dar a sua própria contribuição, porque o futuro não pertence apenas às elites, porque não basta apenas um tipo de conhecimento para fazer frente ao Todo, e porque a diversidade social é afinal uma das chaves do dom de mundo.
Cabe então buscar a meta da síntese e conhecer a Ciência do Fractal, presente por exemplo na “teoria do centésimo macaco” (ou Ressonância Mórfica, que se baseia na reprodução consciente de novos modelos, previamente à sua universalização automática) e em tantas outras realidades seminais, para ativar esta semente de transformação. Vale lembrar então, que o fractal trabalha basicamente com o percentual de dez por cento. Por esta razão é que a renovação de “uma grande nação”, costuma alcançar modificar todo o planeta. Porém, isto também deve ser feito por partes, e os dados da Jerusalém celeste do Apocalipse podem ser úteis nesta tarefa, tal como a respeito dos 144 mil eleitos assinalados nas suas frontes, a serviço do Cristo, e que seriam antes como o “fractal do fractal” e as verdadeiras sementes-de-luz da renovação.
Naturalmente, o anarco-misticismo new age (e que de New Age muito pouco possui) se apressou em julgar que a idéia tácita dos eleitos serem escolhidos “por Deus” seria uma afronta ao seu “livre-arbítrio”, e adotou a presunçosa idéia de que os “verdadeiros” eleitos são aqueles que “se escolhem a si mesmos”, como se o mero voluntarismo a algo pudesse por si só conduzir no campo espiritual ou em qualquer outro.
Costumamos lembrar que o termo “vocação” é usado no contexto espiritual mais que em qualquer outro lugar, e esta vocação até pode ter aspectos inatos e educacionais, porém ela costuma ser reforçada por um “chamamento interior” que parece ter pouca vinculação com o passado (até porque ela costuma acontecer bastante cedo na vida de alguém, em torno dos dezoito anos de idade), soando antes a uma espécie de “revelação” sem maior vínculo aparente com o mérito particular do indivíduo, e que antes o convida a renovar a sua vida e a refazer profundamente a sua história pessoal, num esforço sem data certa para terminar, e sendo mais certamente sem fim.

Se esquecem ademais os anarquistas, que a Verdade é sempre algo mais que o mero “isto ou aquilo” maniqueísta ou antitético. A síntese é que deve ser buscada, para dizer o mínimo, porque sem equilíbrio e harmonia nada temos em mãos... Neste caso, o juízo de Deus (revelado por seus grandes Mensageiros) deveria ser considerado soberano -sem com isto pretender desmerecer os méritos individuais-, justamente por deter esta síntese a ainda mais, uma vez que o Senhor abarca a tudo e possui a visão da Unidade das coisas. Os indivíduos que buscam a sua “divinização” possuem geralmente os seus méritos, mas não podem querer rivalizar com o Criador (o que quer que se entenda por tal) ou com os mestres consumados que O servem com plena abnegação.

E você, prezado leitor, considera-se assinalado pela cruz que reúne o vertical e o horizontal, num todo sagrado e transcendental? Aspira ser um com todos, igual a seus irmãos, e a serviço da sagrada unidade do céu e da terra? Pois este é o “sinal da cruz” que Deus envia aos seus fiéis: fraternidade & compaixão! Os verdadeiros discípulos da redenção, serão aqueles que se sentirem efetivamente marcados por esta cruz de amor universal e irradiação incondicional do saber, porque nem poderia ser de outro modo.

* No "Tratado sobre Magia Branca", Bailey dá as regras para pertencer ao “Novo grupo de Servidores do Mundo”. Declara que aquilo que impede é ter uma personalidade descoordenada e a mente fraca, o sentido de separatividade, a posse de um credo e o orgulho e a ambição. Em contraparte, para qualificar-se cabe observar “três regras simples. Em primeiro lugar, aprender a praticar a inofensividade, segundo, não querer nada para o eu separado, e em terceiro lugar, olhar o sinal da divindade em tudo.”
** Neste pequeno trecho, encontramos alusões a ensinamentos capitais às todas as fases do Plano da Hierarquia, como “Não há religião superior à Verdade” (ciclo teosófico, HPB) e “superação da separatividade” para acessar a mentalidade de Nova Era (ciclo arcânico, AAB). Na última fase, há perfeita harmonia entre unidade e diversidade (ciclo agarthino, LAWS) através do “ecumenismo solar” (universalismo) do Pramantha revelado que a tudo revivifica & renova. A expressão “(Novo) Grupo de Servidores do Mundo” é de origem teosófica e neo-teosofista (Bailey).
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